Ao lado da exploração — que continua a existir, e até em proporções gigantescas —, é a criação de uma humanidade «supérflua», ou mesmo de uma «humanidade-lixo», que se tornou o principal problema criado pelo capitalismo. O capital já não tem necessidade da humanidade e acaba por se autodevorar.
O mito grego de Erisícton, o rei ganancioso que, ao violar a natureza, foi amaldiçoado pelos deuses com um apetite insaciável e se devorou a si mesmo, é o ponto de partida deste livro e a prefiguração da sociedade actual. Ensaio sobre o narcisismo contemporâneo, os mecanismos autodestrutivos da nossa época e a sua relação com o neoliberalismo desenfreado, A Sociedade Autofágica traça o retrato de um mundo que, como Erisícton, parece devorar-se a si próprio. Em diálogo com a tradição psicanalítica e a sociologia, de Sigmund Freud a Erich Fromm e Christopher Lasch, e rejeitando as ilusões de um sujeito livre e autónomo, forjadas pelas Luzes, Anselm Jappe prossegue neste livro a sua reflexão sobre a crise do capitalismo (já encetada em As Aventuras da Mercadoria), que não só destrói o planeta, pela sua abordagem predatória, mas também a réstia de humanidade no novo homem descartável, revelando o advento de uma nova subjectividade e as coordenadas de uma significativa regressão antropológica.
- Título original La Société autophage — Capitalisme, démesure et autodestruction
- Tradução Júlio Henriques
- Ilustração de capa Miguel Carneiro
- 1ª edição 2019
- Páginas 352
- formato 13,5 x 21 cm
- ISBN 978-972-608-342-9
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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