A sociedade exigia menos a inocência
do que a submissão. Era a sua natureza.
Somos Todos Assassinos (1952), romance escrito a partir do guião do filme homónimo de André Cayatte e Charles Spaak, centra-se em René Le Guen, membro da Resistência durante a Ocupação, o qual, acusado de vários crimes de homicídio no pós-guerra, é condenado à pena de morte, essa «sequela dos tempos da barbárie». Na prisão, René passa em revista os acontecimentos que o levaram ao cadafalso, e o leitor não sairá incólume da leitura desta obra. Uma terrível condenação da pena capital (abolida em França somente em 1981) e uma reflexão sobre a injustiça de um sistema por vezes dominado por regras absurdas, e tão perverso como os próprios homens.
Jean Meckert (1910-1995) é uma figura rebelde das letras francesas e autor de uma vasta obra que se reparte por romances policiais (sob o pseudónimo Jean Amila), peças de teatro e guiões. Conheceu precocemente o desespero e guardará da sua infância a repulsa pelo ensino religioso e a memória da fome. Apaixonado pela literatura, mas forçado a deitar a mão a todo o tipo de trabalhos precários, é no fim dos dias de trabalho extenuante que se dedica à escrita. Foi mobilizado em 1939, e a experiência da guerra viria a despertar nele um profundo antimilitarismo. A sua verve original faz de Meckert um franco-atirador da literatura, alguém que batia à máquina, solitário, como se fustigasse os botões da hipocrisia e da mesquinhez da sociedade. É autor das obras Abismo e Outros Contos e Golpes, publicadas pela Antígona.
- TRADUÇÃO Luís Leitão
- 1.ª EDIÇÃO 2015
- Páginas 208
- ISBN 978-972-608-264-4
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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