Uma revolução impossível? Sim, dirão alguns. Impossível porque não pode existir nenhuma ilha de comunismo libertário num mar de consciência capitalista. Impossível porque a revolta estava alicerçada no subdesenvolvimento da sociedade. Impossível porque era o capitalismo de Estado, e não o socialismo, que estava na cabeça dos revolucionários. Mas os homens e as mulheres sempre sonharam sonhos «impossíveis».
Maurice Brinton
Após a data que, da noite para o dia, derrubou quase cinquenta anos de ditadura, seguiram-se dezoito meses de convulsões profundas que trouxeram à tona as forças e fragilidades da sociedade portuguesa. Um povo pobre e deprimido, massa de gente ignorante e ignorada, habituada a não ter voz, revelou uma consciência política que parecia adormecida – a consciência da sua própria miséria e a crença de que era possível acabar com ela.
Mas o período foi também de desencanto: partidos sem vontade de provocar uma mudança real na vida das pessoas; jornais «entusiasmados com o seu poder de criar acontecimentos», agarrados aos mitos que fabricavam; e vanguardas supérfluas que instrumentalizavam os desejos dos deserdados à medida de cada ismo, sabotando qualquer tentativa de auto-organização. Portugal: A Revolução Impossível?, editado agora com um novo prefácio do autor, é um mergulho nas águas agitadas do PREC, longe dos comícios, ao lado de gente comum; uma crónica minuciosa e apaixonada de um povo em alvoroço, pelos olhos de um irlandês libertário a viver em Portugal.
- TÍTULO ORIGINAL Portugal: The Impossible Revolution?
- TRADUÇÃO Luís Leitão
- POSFÁCIO Maurice Brinton
- ILUSTRAÇÃO DA CAPA João Alves
- 1.ª EDIÇÃO 2018
- Páginas 400
- Formato 13,5 x 21 cm
- ISBN 978-972-608-321-4
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*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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