Os trabalhadores migrantes são imortais: imortais porque continuamente substituíveis. Não nasceram: não foram criados: não envelhecem: não se cansam: não morrem. Têm uma só função – trabalhar.
«Pode acontecer que um livro, em contraste com os seus autores, rejuvenesça à medida que os anos passam.» Disse-o John Berger sobre Um Sétimo Homem (1975), ensaio poético em imagens e palavras, estarrecedor retrato da experiência de trabalhadores migrantes na Europa dos anos 70 – e financiado com parte do que lhe rendeu o Prémio Booker (terá dado o restante ao ramo britânico dos Panteras Negras). Feito em colaboração com o fotógrafo Jean Mohr, este verdadeiro álbum de família (em que fotografias de casamentos, primogénitos e velas de aniversário são substituídas pela coragem da partida, o choque da chegada e a nostalgia do regresso) capta as mutações no corpo e no espírito de personagens sem rosto nem nome, portugueses, sicilianos, gregos e turcos, mercadoria viva em terras alienígenas. Com um equilíbrio notável entre teoria e experiência, entre política e poesia, John Berger narra os instantes desta diáspora como metáfora perfeita das dinâmicas do «desenvolvimento» e contradições do neoliberalismo – no que é hoje uma desarmante resposta à retórica anti-imigração.
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Jean Mohr (1925-2018) foi um apaixonado fotógrafo suíço que dedicou grande parte da sua vida a documentar o tormento de migrantes e refugiados para organizações como a Cruz Vermelha ou o Comissariado da ONU para os Refugiados. Amigo e colaborador de John Berger (A Fortunate Man, 1967; Another Way of Telling, 1982; At the Edge of the World, 1999), resumia o seu trabalho como uma missão empática de «construir pontes entre comunidades».
- TÍTULO ORIGINAL A Seventh Man
- TEXTO John Berger
- FOTOGRAFIAS Jean Mohr
- TRADUÇÃO E POSFÁCIO Jorge Leandro Rosa
- 1.ª EDIÇÃO 2019
- PÁGINAS 256
- formato 13,5 x 21 cm
- ISBN 978‑972‑608-332-0
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
NÃO APLICÁVEL NOUTRAS CAMPANHAS EM CURSO