Mal urge o lamento no guia revolucionário, este perde-se no lamento das centenas de milhares. Por isso, o lamento pode pertencer ao grupo ou ao indivíduo, mas não deixa que nem o grupo nem o indivíduo fiquem isolados e ao mesmo tempo comprimidos; reúne-os temporalmente à classe, que agora surge e se prolonga neles, mesmo onde não parece poder acolher-se.
Classe, palavra que tinha desaparecido da cena política e teórica, recupera aqui, pela mão de Andrea Cavalletti, a dignidade conceptual de outrora, revelando-se capaz de iluminar o nosso presente. A fulgurante actualidade de uma nota inédita de Walter Benjamin, escrita em 1936 – onde se pode ler que a solidariedade, ao fazer emergir a autoconsciência, cria a classe –, é um ponto de partida fundamental deste livro, que nos faz perceber como a massa informe e a multidão (dois outros conceitos típicos da modernidade) se transformam em classe, mostrando-nos como a multidão perigosa e excitada reemerge no espaço político.
- Título original Classe
- Tradução António Guerreiro
- 1.ª edição 2010
- Páginas 168
- ISBN 978-972-608-215-6
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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