O poeta? O actor? O músico? O artista plástico? – Digamo-lo simplesmente: o povo. O mesmo povo a quem, ainda hoje, devemos a única verdadeira obra de arte que vive na nossa recordação e que só desfiguradamente imitamos, o povo a quem unicamente devemos a arte.
Em A Obra de Arte do Futuro, música e poesia são antes de mais – e lado a lado com a dança – expressão do corpo de um corpo total, não especializado e não desarticulado. Com esta concepção do corpo radicalmente determinada pela ideia de performatividade, Wagner procede a uma sensível deslocação da tradicional correlação entre os sentidos e as artes e, consequentemente, do desenho e da compreensão do sistema das artes. Richard Wagner deseja criar um modelo ideal das artes, que é ao mesmo tempo um modelo ideal de compreensão do homem, uma unidade em que o indivíduo e a sociedade se encontram na força do impulso artístico da pulsão a um tempo destrutiva e criativa. O futuro será, então, a supressão da individualidade e, juntamente com esta, a supressão do tempo a «reabsorção» do tempo na obra de arte.
- Título original Das Kunstwerk der Zukunft
- Tradução José Miranda Justo
- 1.ª edição 2003
- Páginas 268
- ISBN 972-608-163-7
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