A Sociedade contra o Estado

Investigações de Antropologia Política

Pierre Clastres

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A lei, inscrita nos corpos, é a recusa da sociedade primitiva em correr o risco da divisão. Cruelmente ensinada, é uma proibição de desigualdade de que todos se recordarão: tu não vales menos do que qualquer outro, tu não vales mais do que qualquer outro.

A Sociedade contra o Estado (1974), obra maior do antropólogo e etnólogo francês Pierre Clastres, reúne artigos escritos no seio de uma intensa convivência com tribos índias sul-americanas, entre 1962 e 1974. Nestes estudos que inspiraram libertários de todo o mundo, tecem-se duras críticas ao etnocentrismo do Ocidente, desfazendo-se o mito de que a história tem um sentido único e de que qualquer sociedade está condenada a percorrer as etapas que vão da selvajaria à civilização.

As povoações tropicais que Pierre Clastres observa não são apenas sociedades sem Estado, mas sociedades «contra o Estado»: nelas tudo se organiza de modo a impedir o nascimento de uma entidade exterior à comunidade; nelas se escarnece de quem deseja mandar e fazer obedecer; nelas não se dá ao chefe qualquer autoridade, mas somente um dever – o de usar a palavra para manter a paz. Depois d’A Sociedade contra o Estado, o Índio não é afinal um povo sem fé, sem rei, sem lei. É uma utopia concretizada: a vida sem coerção, nem classes sociais, nem mestres, nem servos.

Monumento incontornável do pensamento anarquista, a obra mais famosa de Pierre Clastres é uma brilhante redefinição da natureza do poder e um dos grandes textos da antropologia política.

  • TÍTULO ORIGINAL La Société contre l'État – Recherches d'anthropologie politique
  • TRADUÇÃO Manuel de Freitas
  • 1.ª EDIÇÃO 2018
  • Páginas 240
  • formato 13,5 x 21 cm
  • ISBN 978-972-608-319-1


*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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