Por mais que os tecnocratas o programem até ao mais ínfimo pormenor, por muito que os poderosos o manipulem, o futebol continua a querer ser a arte do imprevisto. De onde menos se espera surge o impossível, o anão dá uma lição ao gigante, e um negro mirrado e cambaio deixa embasbacado o atleta esculpido na Grécia.
De quatro em quatro anos, por altura do Mundial, fechava-se em casa durante um mês e pregava na porta um aviso: «Fechado por motivo de futebol.» Adepto fervoroso, Eduardo Galeano não tinha toque de bola; desastrado com os pés, serviu-se das mãos para fazer uma das mais belas odes à «grande missa pagã», esse espectáculo «capaz de falar tantas línguas e de desencadear paixões universais». Nas suas inconfundíveis vinhetas poéticas e contundentes, entram em campo lendas e mal-amados — de Garrincha a Beckenbauer, de Puskás a Maradona —, bem como episódios infames da modalidade — como o dos jogadores ucranianos que, em plena ocupação nazi, na mira dos fuzileiros, não resistiram à tentação de vencer a equipa alemã.
Futebol ao Sol e à Sombra (em edição actualizada por Galeano, pouco antes de morrer, em 2015), enciclopédia emocional do desporto-rei, epopeia das suas origens, mutações e superstições, é também uma aula de história dentro das quatro linhas — um resumo alargado do século XX, passando em revista as vitórias e derrotas da humanidade, o pé-em-riste dos poderosos, os negócios apanhados em fora-de-jogo e a desforra dos povos que lutam pela manutenção.
- TÍTULO ORIGINAL El fútbol a sol y sombra
- GRAVURAS NO INTERIOR Eduardo Galeano
- TRADUÇÃO Helena Pitta
- GRAVURA DA CAPA Luís Henriques
- 1.ª EDIÇÃO 2019
- PÁGINAS 320
- FORMATO 13,5 x 21 cm
- ISBN 978-972-608-354-2
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
NÃO APLICÁVEL NOUTRAS CAMPANHAS EM CURSO