Albertine Sarrazin
Alma gémea de Jean Genet e «pequena santa dos escritores inconformistas», Albertine Sarrazin (1937-1967) teve uma vida tão breve quanto trágica. Abandonada em tenra idade na sua Argélia natal, conheceu um lar adoptivo e instituições, tendo abraçado, esporadicamente, o crime e a prostituição e, persistentemente, a rebeldia e a insubmissão. Presa por furto em Paris, em 1957 saltará o muro da prisão e fracturará o astrágalo. A sua mente brilhante, alimentada a versos de Rimbaud, dar-nos-ia três romances: O Astrágalo e La Cavale (ambos de 1965), escritos atrás das grades, e La Traversière (1966). Conhecerá o amor ao lado de Julien Sarrazin, também ele um ex-condenado, e um fugaz, mas estrondoso, êxito. Foi «a primeira mulher a falar das suas prisões», segundo Simone de Beauvoir, e, pela elegância poética das suas páginas, denunciou como ninguém as prisões que nos enredam os dias.