B. Traven
Disse-se de B. Traven que seria Jack London, Ambrose Bierce ou Arthur Cravan. Somente em 1969, quando as suas cinzas repousaram num rio em Chiapas, foi identificado como Ret Marut, um revolucionário alemão que se fixara no México em 1924. Autor d’O Barco dos Mortos (1926) e d’O Tesouro da Sierra Madre (1927) – adaptado ao cinema por John Huston –, pertence a uma linhagem de aventureiros e contistas natos, cuja geografia de vida é tão insondável como as paragens que elegem. Traven publicou folhetins em jornais alemães e, depois de tecer críticas virulentas ao militarismo germânico, entrou na clandestinidade em 1919. Reemerge em Londres, em 1923, e, na iminência de ser deportado para a Alemanha e fuzilado, embarca para o México. Neste país, ao panfletário Ret Marut, sucederia, em definitivo, o escritor B. Traven, ao lado dos oprimidos, apontando a via da esperança e da libertação e arquitectando o seu anonimato tão ciosamente como os seus livros.