Luisa Carnés
Luisa Carnés (1905-1964) nasceu no seio de uma família operária de Madrid e abandonou a escola aos onze anos para se tornar uma mulher dos sete ofícios – aprendiz de chapeleira, empregada num salão de chá e dactilógrafa. Autodidacta e ávida leitora de Cervantes e Dostoiévski em bibliotecas públicas, escreveu reportagens e contos para os jornais espanhóis da época e assinou obras de ficção e de teatro militante, tendo gozado de considerável fama no período pré-Guerra Civil. Defensora da República, lutou pelo sufrágio feminino e contra a subjugação das mulheres a pais, maridos e patrões. A ditadura de Franco levou-a ao exílio no México, onde foi jornalista até à sua morte. Injustamente esquecida por uma história sempre escrita no masculino, a sua obra tem vindo a ser redescoberta em Espanha e traduzida em várias línguas.