Silvina Ocampo

Companheira de Adolfo Bioy Casares, íntima de Alejandra Pizarnik, cúmplice intelectual de Jorge Luis Borges, admirada por autores como Italo Calvino e Roberto Bolaño — nenhuma destas relações serve para compreender inteiramente o mistério de Silvina Ocampo (1903-1993), um dos tesouros mais bem guardados da literatura latino-americana do século XX. Rebelde das letras argentinas, Silvina Ocampo estudou belas-artes com Giorgio de Chirico e Fernand Léger, em Paris, mas é no regresso à Buenos Aires natal que encontra a sua voz — nos contos inaugurais de Viaje olvidado (1937), a que se seguiriam A Fúria e Outros Contos (1959) ou As Convidadas (1961), no romance La Promesa, publicado postumamente em 2010, e na Antologia da Literatura Fantástica (1940), que organizou com Borges e Casares. Poeta singular, mestre na arte de contar histórias, Silvina Ocampo «vê-nos como se fôssemos feitos de vidro, vê-nos e perdoa-nos» (Borges), narrando o teatro da humanidade com distanciamento e elegância — com notas de insólito, fantasia e terror.



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