O trabalho foi o melhor que o homem pôde obter para nada fazer da sua vida.
Dois temas essenciais sustentam este livro:
1. O tempo do homem está a concluir-se, sobrevindo agora o tempo da mulher, ou antes ressurgindo ou regressando, visto o homem haver extorquido à mulher o poder da sua afeição através dum impulso masculino brutal económico e guerreiro.
2. Uma crítica do trabalho assalariado unicamente concebível e analisável como nocividade aniquiladora do desejo que se impõe redescobrir.
O que Vaneigem expõe é o movimento de transformação conducente àquilo que designa como neocapitalismo, ou seja, a afirmação, a partir dos anos 80, de um movimento económico cuja principal característica política reside no reformismo e se oporia ao velho capitalismo de simples depredação da natureza e do homem.
O que ele assim concebe é uma disseminação e uma agudização das contradições sociais que justamente este neocapitalismo já está a suscitar a partir das opções que se vê forçado a tomar, em particular no que diz respeito às soluções energéticas, as quais por razões ecológicas inevitáveis o vão conduzir a investir nas chamadas energias verdes (solar, marítima, eólica) cujo aspecto mais importante (e estratégico, do ponto de vista do Autor) reside no carácter gratuito que revestem; uma gratuitidade tecnológica de cujas repercussões sociais e políticas se espera muito, não como panaceia deste sistema, mas como revelador das condições económicas que o têm tornado uma cidadela ideológica inatacável.
Ou seja, Vaneigem não procede ao elogio deste neocapitalismo; o que ele procura é mostrar em que medida as suas contradições técnicas e sociais constituem um cadinho de possibilidades a partir dum imaginário liberto do espartilho económico.
- Tradução Júlio Henriques
- 1.ª edição 1999
- Páginas 108
- ISBN 972-608-103-3
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
NÃO APLICÁVEL NOUTRAS CAMPANHAS EM CURSO