A civilização actual, que legará aos nossos descendentes pelo menos os seus fragmentos, contém em si, sentimo-lo demasiado bem, a capacidade de esmagar o homem; mas contém também, ao menos sob a forma de gérmen, a capacidade de o libertar.
Considerado pela autora como um dos seus textos mais importantes, Reflexões sobre as Causas da Liberdade e da Opressão Social (1934) parte de uma profunda análise da natureza da nossa liberdade individual para explicar como, nos sistemas políticos ou agrupamentos sociais em que vivemos, e nos moldes em que os concebemos, a liberdade é um paradoxo e a opressão uma fatalidade. Weil vai da teoria às implicações práticas de tal concepção, revelando as múltiplas formas de opressão e dissecando os seus mecanismos, deitando por terra as esperanças numa resposta revolucionária – refém dos mesmos mecanismos, inerentes à condição humana. Nesta feroz crítica do poder, das elites e da burocracia que germinam em qualquer regime – do capitalismo ao estalinismo –, vislumbra-se porém uma profética luz ao fundo do túnel. Weil escreveu estas Reflexões em 1934; mas, se acreditarmos na sua ideia de que «o futuro é feito da mesma matéria que o presente», temos boas razões para nunca a deixar de ler.
- TÍTULO ORIGINAL Réflexions sur les causes de la liberté et de l’oppression sociale
- TRADUÇÃO Maria de Fátima Sedas Nunes
- 2.ª EDIÇÃO 2022
- Páginas 136
- ISBN 978‑972‑608‑302-3
*O preço final inclui 10% de desconto da editora (válido até 31/12/2024)
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