La Motte-Fouqué

Nascido da união de uma alemã de «boas famílias» com o descendente de uma das mais antigas famílias da nobreza francesa huguenote, forçada a emigrar para a Alemanha, e neto de um general do exército prussiano, La Motte-Fouqué sente desde cedo o apelo da carreira das armas. Não será, todavia, a ambição pelo generalato que o move no período em que ganha os primeiros galões em vários campos de batalha (1795-1802): a par do gosto pelo ofício de soldado, manifesta-se nele um interesse cada vez maior pelas letras. À escrita da poesia, que há muito cultiva, juntam-se as leituras de poetas alemães pré-clássicos, como Gleim, Matthisson, Klopstock (cuja obra, apesar de ofuscada pelo crescente esplendor dos verdadeiros clássicos, continua a suscitar entusiasmo), mas também de Goethe e de Schiller, a quem sempre votará grande admiração e reconhecimento. Em 1799, adere «de corpo e alma», segundo palavras suas, à primeira escola romântica, constituída em torno dos irmãos Schlegel e da revista literária Athenäeum; a August Wilhelm Schlegel, seu amigo e patrono, deve o pseudónimo que usará até 1808: Pellegrin. Em 1802, abandona a vida militar (retomá-la-á por um curto período, entre 1813 e 1815) para, ao lado da sua segunda esposa, Caroline Philippine von Briest, também escritora, se dedicar por inteiro a uma abundante produção literária. Na sua vasta obra, que inclui desde poesia de inspiração diversa a contos, narrativas, romances e teatro, destaca-se Ondina – o conto agora publicado pela Antígona e objecto da terna admiração de Wagner, que, às vésperas da morte, se sentou ao piano uma última vez para tocar o motivo que esta filha das ondas lhe evocava: o tema do canto final das suas próprias filhas do Reno.

 



Ondina
7.5 EUR



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