Mark Twain

Mestre do humor impassível e da ironia fina, cronista insolente das imposturas e inanidades, inimigo público de dogmas e instituições americanas, Mark Twain (1835-1910) será sempre associado às façanhas de Tom Sawyer e Huckleberry Finn e a obras como A Tramp Abroad (1880) e Life on The Mississippi (1883). Mas a sua prosa espirituosa, a erudição contagiada por coloquialismos, a graça desarmante e lapidar, surgem particularmente nítidas nos seus textos curtos – contos, crónicas e rábulas de toda a espécie. É também aí que se revela o homem profundamente politizado e subversivo – o membro da Liga Anti-Imperialista Americana, o falso candidato à presidência dos Estados Unidos, o ensaísta confortável a falar de impostos e racismo, o sufrágio das mulheres e a invenção do telefone, política internacional e bicicletas –, e o homem vivido do Mississípi, que foi aprendiz de tipógrafo, mineiro, piloto de barco a vapor e jornalista antes de se tornar um dos mais férteis e engenhosos escritores de sempre.



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