Richard Wagner
Richard Wagner (1813-1883), após ter tomado parte na Revolução de Dresden – designadamente ao lado de Bakunine –, em Maio de 1849, vê-se na contingência de abandonar aquela cidade, onde exercia as funções de «Kapelmeister» desde 1843, para procurar refúgio na Suíça. Redigirá então em poucos dias A Arte e a Revolução (Antígona, 1990; reed., 2001) e na sequência, ao longo da segunda metade desse mesmo ano, um dos textos mais marcantes da sua produção teórica: A Obra de Arte do Futuro.
Wagner, que por esta altura tinha já composto e levado à cena O Navio Fantasma, ou seja, O Holandês Voador (1841), o Tannhäuser (1845) e o Lohengrin (1848) – para além das obras operáticas menos originais com que iniciara a sua carreira –, começara ainda em 1848 o trabalho numa parte daquilo que viria a ser muito mais tarde a Tetralogia: O Anel do Nibelungos. Mas suspende esse trabalho, e durante os anos de 1849 a 1851 dedica-se quase por inteiro à escrita teórica. Nesse período, para além de A Arte e a Revolução e A Obra de Arte do Futuro, redigirá ainda Ópera e Drama e Uma Comunicação aos meus Amigos, a par de vários outros textos mais circunstanciais de menores dimensões.