A Eliminação | Ponto Final | Recensão de Hélder Beja

«A Eliminação é um testemunho autobiográfico de um sobrevivente que viu praticamente toda a família morrer às mãos do regime de Pol Pot, que fez mais de 1,7 milhões de vítimas nos anos 1970, dizimando o país e marcando para sempre aqueles que ficaram para contar a história. Ao mesmo tempo, o livro é também uma investigação do mal – e da humanidade do mal – através de fragmentos das entrevistas que Rithy Panh fez a Kaing Guek Eav, o camarada Duch, homem a cargo do centro de tortura e execução Tou Sleng, ou S21, nos arredores de Pnhom Penh, onde foram torturadas e executadas mais de 12 mil pessoas entre 1975 e 1979. Anos antes destas entrevistas com um homem burocrático e intelectualizado que personifica toda a maldade de um regime, Rithy Panh fez uma pesquisa profunda para preparar o filme S21 – A Máquina da Morte dos Khmers Vermelhos. Conversou com guardas, carrascos e pessoal médico que trabalhavam às ordens de Duch e que ficaram quase todos ilesos dos crimes que cometeram ou ajudara a perpetrar. Um deles disse-lhe que os prisioneiros eram «como pedaços de lenha»; outro que se tratavam não de homens mas de «animais sem alma». Duch não está no filme e o cineasta admite o incómodo com essa ausência, sensação que, apesar de tudo, achou ter superado. Até que em 2009 começa o julgamento de Duch, primeiro membro dos Khmer Vermelhos a comparecer diante de um tribunal apoiado pelas Nações Unidas, e Panh não consegue ficar indiferente àquele homem, àquelas imagens, às suas declarações.»

Para ler na íntegra aqui.


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