Dose dupla de Dany Laferrière na rentrée da Antígona



©JF Paga

Inédito em Portugal, Dany Laferrière (Haiti, n. 1953) começou a carreira como jornalista em Port-au-Prince. Num país nas garras do ditador Baby Doc, o exílio tornou-se rapidamente um assunto de família: filho de um exilado político, e na lista negra das milícias, fixou-se no Canadá em 1976, depois do assassínio de Gasner Raymond, seu colega e amigo. Membro da Academia Francesa desde 2013 e vencedor de um Prémio Médicis, é hoje um dos pilares da francofonia e um dos maiores vultos literários do Quebeque. É autor de inúmeros romances e livros de crónicas, que se repartem entre as suas vivências no Haiti e as experiências na América do Norte, entre os quais, Pays sans Chapeau (1996), L’Énigme du Retour (2009) e L’Art presque perdu de ne rien faire (2011).

A Antígona publicará em Novembro Como Fazer Amor com um Negro sem se Cansar e O Grito dos Pássaros Loucos, com ilustrações de capa do artista haitiano Leonce Saurel.

 

O Grito dos Pássaros Loucos (2000) narra o dia em que o mundo do autor desabou e a sua vida mudou para sempre: as últimas horas de Ossos Velhos – alter ego de Dany Laferrière – no Haiti, antes de escapar da ditadura de Duvalier e depois do assassínio do amigo e jornalista Gasner Raymond pelos Tontons Macoutes. Um romance sobre a condição do exilado e o desenraizamento de homens vítimas de homens.

Brilhante e provocador, traduzido em várias línguas, Como Fazer Amor com um Negro sem se Cansar (1985), a estreia de Dany Laferrière em Portugal, é uma sátira feroz aos estereótipos e clichés racistas, que explodiu como uma bomba no mundo francófono, consagrando um autor que continua a destilar humor e ritmo. Foi adaptado ao cinema por Jacques Benoît em 1989. 


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